Oswald Andrade









Filho de José Oswald Nogueira de Andrade e Inês Henriqueta Inglês de Sousa Andrade, José Oswald de Sousa Andrade nasceu em São Paulo. De família rica, frequentou colégios importantes da cidade. Conviveu, inclusive, com o poeta modernista Guilherme de Almeida ainda na escola. 


Antes de começar a faculdade de Direito, Andrade trabalhou como redator e crítico de teatro no periódico “Diário Popular”. A sua coluna era a “Teatro e Salões”. Atuou também no “A Gazeta” e no “Jornal do Comércio”. Com a ajuda da mãe, montou a revista “O Pirralho”, a publicação já apresentava características do modernismo, movimento que estava por vir. 

Foi um dos organizadores da Semana de Arte Moderna em 1922, evento que marcou o início do modernismo brasileiro. A data celebrava também cem anos de independência do Brasil. Na época, o evento era uma forma de debate e definição da cultura brasileira. Outros importantes nomes da literatura colaboraram, entre eles Anita Malfatti e Mário de Andrade, amigo pessoal de Oswald. 

Oswald de Andrade acreditava que a cultura brasileira, assim como o pau-brasil da época do Brasil colônia, poderia ser exportada, tinha qualidade para isso. Para o autor, a arte precisa ser mais autêntica, original. O escritor buscava a cultura que não era tradicional, queria romper com o convencionalismo. Foi ele que, inspirado pela arte que estava sendo feita na Europa, percebeu que era possível unir a cultura mais popular e a erudita.

Além dos livros escritos por ele, Oswald de Andrade foi o precursor de perspectivas totalmente inexploradas pelo teatro brasileiro.


PRINCIPAIS OBRAS




Romances
Os Condenados (1922), Memórias Sentimentais de João Miramar (1924), Estrela de Absinto (1927), Serafim Ponte Grande (1933), A Escada Vermelha (1934), Os Condenados (l941) - reunindo os livros de 1922,1927 e 1934, constituindo a Trilogia do Exílio, Marco Zero I - Revolução Melancólica (1943), Marco Zero II - Chão (1946).

Poesia
Pau-Brasil (1925), Primeiro Caderno de Poesia do Aluno Oswald de Andrade (1927), Poesias Reunidas (1945).

Teatro
O Homem e o Cavalo (1943), Teatro (A Morta, O Rei da Vela), (1937).

Ensaio
Ponta de Lança (1945?), A Arcádia e a Inconfidência (1945), A Crise da Filosofia Messiânica (1950), A Marcha das Utopias (1966).

Memórias
Um Homem sem Profissão (1954).


Análise das Obras


Manifesto Antropófago


Composto por Oswald de Andrade, Tarsila do Amaral e Raul Boop, o movimento propunha a exclusão da cultura estrangeira.


Os antropófagos não negavam a existência de uma cultura estrangeira, contudo, não a imitavam ou a copiavam. Eles propunham uma devoração simbólica da cultura estrangeira, aproveitando o momento de novas ideias e se preocupando com a identidade nacional.


Em todas as produções de Oswald de Andrade destacam-se : o humor misturado ao lirismo, a piada, a fala popular, a caricatura da retórica, a ironia, os flashes cinematográficos, além das rupturas sintáticas, da fragmentação e da síntese, vistas no poema minuto.



Pau Brasil


Na obra Pau-Brasil, nota-se a presença da  literatura engajada. Suas poesia mostram, através da paródia,que o rebelde poeta critica o  crescimento constante da burguesia.
Por sua vez, o Manifesto Pau-Brasil contesta a predominância da arte internacional, fazendo com que a cultura brasileira seja mais divulgada e valorizada,  posteriormente a esse manifesto.


“Alguns técnicos caracterizam o movimento do pau Brasil de Oswald de Andrade como uma criação da cultura brasileira sem arcadismo, erudição, a síntese,o equilíbrio , a surpresa.”


Rei da vela


Oswald de Andrade, em O Rei da Vela, mostra a crise de 1929 por meio de uma aliança entre a aristocracia, representada por Heloísa  de Lesbos, e o novo rico, representado por Abelardo, dono de uma fábrica de velas. O casamento de Abelardo e Heloísa é um negócio que interessa a ambos e, principalmente, a Mister Jones, o americano. Desse modo, a crise é focalizada a partir da classe que lucra, ou seja,  a burguesia industrial.

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