“Sim, sou brasileiro e bem
brasileiro. Na minha música eu deixo cantar os rios e os mares deste grande
Brasil. Eu não ponho mordaça na exuberância tropical de nossas florestas e dos
nossos céus, que eu transponho instintivamente para tudo que escrevo".
Heitor Villa-Lobos
nasceu em 1887 e infiltrou-se no mundo da música aos seis anos de idade, quando
o pai começou a ensiná-lo violoncelo.
Com a
morte do pai, Villa-Lobos passa a viajar pelo Brasil em 1905, visitando todas as regiões. Em suas viagens, fez pesquisas sobre as muitas
modalidades musicais do folclore brasileiro, para depois analisar e formar suas
composições. São muitas as peças que compôs e as que mais se destacaram foram
os choros em número de 16. Esses choros foram compostos no período de 1920 a
1929. São mais de mil composições conhecidas.
Quando
volta ao Rio de Janeiro, se casa com a pianista Lucíola Guimarães em 1913.
O ano de
1915 marca o início da carreira de Villa-Lobos como compositor. Suas músicas,
por causa de sua modernidade, foram bastante criticadas pelos jornais na época.
Em 1922, participou da Semana de Arte Moderna de São Paulo. A
partir de 1922, seu trabalho revelou crescente afinamento com a temática
nacionalista e modernista que presidiu a Semana. Já bastante conhecido no meio
musical brasileiro, Villa-Lobos transferiu-se em 1923 para Paris, onde
permaneceu um ano. Manuel Bandeira saudou o músico em seu retorno: "Villa-Lobos
acaba de chegar de Paris. Quem chega de Paris espera-se que chegue cheio de
Paris. Entretanto, Villa-Lobos chegou cheio de Villa-Lobos”.
Em 1927, retornou à capital francesa e a partir de então,
ganhou prestígio internacional com suas composições. Durante sua vida recebeu 24 títulos do Instituto da França.
Era membro da Academia de Belas Artes em Nova Iorque e Comendador da Ordem de
Mérito do Brasil. Recebeu o título de Doutor Honoris Causa pela Universidade de
Nova Iorque, e o de fundador e primeiro presidente da Academia Brasileira de
Música.
Faleceu no Rio de Janeiro, em 1959, deixando cerca de 1.500
peças, nos mais diversos gêneros e para as mais diversas formações
instrumentais e vocais. No ano seguinte, foi fundado, em sua homenagem, o Museu
Villa-Lobos, no Rio de Janeiro.
A ordem em que as Músicas de Villa-Lobos são
numeradas nem sempre segue a ordem cronológica na qual as mesmas foram
compostas, como podemos observar, por exemplo, em sua coletânea de
"Choros" das “Bachianas Brasileiras”. Essa "numeração não
cronológica" é uma característica própria do compositor.
Em “Bachianas Brasileiras Nº 4", o início do
Primeiro Movimento - "Prelúdio (Introdução)" - é a mesma melodia
utilizada no "Samba em Prelúdio" cantada por Vinícius de Moraes.
O Terceiro Movimento, "Ária (Cantiga)", é
o famoso Refrão Popular Nordestino:
“Oh, mana deixe eu ir
Oh, mana eu vou só,
Oh, mana deixe eu ir
Para o Sertão de Caicó... ”
Este trecho foi recolhido do Folclore por Teca
Calazans e gravado por Milton Nascimento como "Cantiga (Caicó)" e
também por Alceu Valença como "Porto da Saudade".
O Segundo Movimento de “Bachianas Brasileiras Nº 5”
é de dificílima interpretação e a letra é o poema "Irerê Meu Passarinho
no Sertão do Cariri / Irerê Meu Companheiro..." de Manuel Bandeira.
Villa Lobos foi elogiado e bem apreciado por grandes nomes da Arte
Brasileira, como Manuel Bandeira, Calos Drummond de Andrade e outros. Além dos
“Choros” e das “Bachianas Brasileiras”, o artista criou muitas outras obras, o
que tornou seu trabalho digno de ser representado e interpretado por vários
artistas posteriormente.
Mais obras do autor: http://www.dicionariompb.com.br/villa-lobos/obra
Nenhum comentário:
Postar um comentário