Mário Raul de Morais Andrade nasceu em São Paulo no
ano de 1893 e morreu em 1945, foi um poeta, romancista, crítico de arte,
musicólogo e ensaísta brasileiro. Foi um dos criadores do modernismo no Brasil.
Foi na música que Mário de Andrade começou sua
carreira artística, se formando em Música no Conservatório Dramático e Musical
de São Paulo.
Seu contato com a literatura começou cedo, em
críticas escritas para jornais e revistas. Publicou o primeiro livro assinado
com o pseudônimo Mário Sobral: "Há Uma Gota de Sangue em Cada Poema"
(1917).
Mário ajudou a preparar a Semana de Arte Moderna de
1922 junto com Oswald e outros intelectuais. "Amar, Verbo
Intransitivo" (1927), foi o seu primeiro romance.
Bibliografia:
- Há uma gota de sangue em cada poema, 1917
- Paulicéia desvairada, 1922
- A escrava que não é Isaura, 1925
- Losango cáqui, 1926
- Primeiro andar, 1926
- A clã do jabuti, 1927
- Amar, verbo intransitivo, 1927
- Ensaios sobra a música brasileira, 1928
- Macunaíma, 1928
- Compêndio da história da música, 1929 (reescrito
como Pequena história da música brasileira, 1942)
- Modinhas imperiais, 1930
- Remate de males, 1930
- Música, doce música, 1933
- Belasarte, 1934
- O Aleijadinho de Álvares de Azevedo, 1935
- Lasar Segall, 1935
- Música do Brasil, 1941
- Poesias, 1941
- O movimento modernista, 1942
- O baile das quatro artes, 1943
- Os filhos da Candinha, 1943
- Aspectos da literatura brasileira 1943 (alguns
dos seus mais férteis estudos literários estão aqui reunidos)
- O empalhador de passarinhos, 1944
- Lira paulistana, 1945
- O carro da miséria, 1947
- Contos novos, 1947
- O banquete, 1978
- Será o Benedito!, 1992
http://pensador.uol.com.br/autor/mario_de_andrade/biografia/
Análise crítica da obra “ O Peru
de Natal” – Mário de Andrade
“O Peru de
Natal” conta a história de uma família que viveu anos e anos marginalizada pela
opressão de um pai conservador, frio e rígido. Com a morte do patriarca, o
filho, narrador da história, vislumbra a possibilidade de ver a família viver
com mais paz, ternura e naturalidade. Para tanto, compra um peru para comemorar
o Natal, apesar do luto em que ainda se encontra a família. Há um clima de
culpa no ar em fazer-se festa apesar da morte do pai.
A ideia central do conto promove uma
crítica à sociedade consumista e às festas de família em geral onde, via
de regra, reinam as aparências e a hipocrisia. O autor também procura
mostrar o verdadeiro espírito de Natal, que não se confunde com presentes e
ostentação de enfeites, comidas e bebidas.
Abaixo, segue alguns trechos do conto analisado:
“O nosso primeiro Natal de família, depois da morte
de meu pai acontecida cinco meses antes, foi de consequências decisivas para a
felicidade familiar. Nós sempre fôramos familiarmente felizes, nesse sentido
muito abstrato da felicidade: gente honesta, sem crimes, lar sem brigas
internas nem graves dificuldades econômicas. Mas, devido principalmente à
natureza cinzenta de meu pai, ser desprovido de qualquer lirismo, duma
exemplaridade incapaz, acolchoado no medíocre, sempre nos faltara aquele
aproveitamento da vida, aquele gosto pelas felicidades materiais, um vinho bom,
uma estação de águas, aquisição de geladeiras, coisas assim. Meu pai fora de um
bom errado, quase dramático, o puro sangue dos desmancha-prazeres.
Morreu meu pai, sentimos muito, etc. Quando chegamos nas proximidades do
Natal, eu já estava que não podia mais pra afastar aquela memória obstruente do
morto, que parecia ter sistematizado pra sempre a obrigação de uma lembrança
dolorosa em cada almoço, em cada gesto mínimo da família.”
Disponível em:https://literaturaemcontagotas.wordpress.com/2008/12/16/mario-de-andrade-em-o-peru-de-natal/ Acessado dia 26 de abril
de 2015.
Análise crítica da obra
“Macunaíma” – Mário de Andrade
"Macunaíma" é fruto do
conhecimento reunido por Mario de Andrade acerca das lendas e mitos indígenas e
folclóricos. Dessa forma, pode-se dizer que a obra é uma rapsódia, que é uma
palavra que vem do grego. Para os gregos, uma rapsódia é uma obra literária que
condensa todas as tradições orais e folclóricas de um povo.
O livro faz parte da primeira fase modernista – a fase heróica. A
influência das vanguardas européias é visível em várias técnicas inovadoras de
linguagem que a obra apresenta. Por isso, "Macunaíma" pode oferecer
algumas dificuldades ao leitor desavisado.
"Macunaíma" é uma obra que busca sintetizar o caráter
brasileiro, segundo as convicções da primeira fase modernista. Uma leitura
possível é a de que o povo brasileiro não tem um caráter definido e o Brasil é
um país grande como o corpo de Macunaíma, mas imaturo, característica que é
simbolizada pela cabeça pequena do herói.
A crítica literária contemporânea faz questão de considerar a diferença
entre o autor e o narrador: esse é tido como uma criação daquele. No caso de
"Macunaíma", no entanto, essa distinção pode ser questionada, quando
o narrador aparece no último capítulo. No “Epílogo”, o narrador revela que a
história que acabara de narrar havia sido contada por um papagaio, que, por sua
vez, a tinha ouvido de Macunaíma: “Tudo ele – o papagaio – contou pro homem e
depois abriu asa rumo a Lisboa. E o homem sou eu, minha gente, e eu fiquei pra
vos contar a história”. Essa interferência do narrador, da forma como foi
feita, aproxima-o do autor, no caso Mário de Andrade.
Disponível em: http://guiadoestudante.abril.com.br/estudar/literatura/macunaima-analise-obra-mario-andrade-700315.shtml Acessado dia 26 de abril
de 2015.
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